Convidei um amigo escritor para escrever neste espaço uma mensagem otimista de fechamento de ano em grande estilo.
Como este tipo de mensagem soou para ele muito comum, talvez pouco desafiadora, agradecendo ao convite, ele recusou.
Com pouco talento, rascunhei algumas mensagens, reli alguns poemas e busquei entre fantasias e realidades, a melhor maneira de expressar a bendita passagem.
Perguntei a uma senhora professora de língua estrangeira: Por que é que nós ansiamos tanto a passagem, como se o simples ato de tirar o pé de um ano e colocá-lo noutro, nos injetasse todas as forças necessárias para continuar?
"Todos nós precisamos de um tempo de recolhimento, em que fazemos uma revisão geral da vida e desenhamos novos objetivos, independentemente de crenças ou manifestações religiosas. Nesse período há uma carga muito forte de emoção e energia gerada, coletivamente, aflorando todos os sentidos. Por que no frio o grande urso se recolhe à caverna-ventre para hibernar e assimilar as experiências do ano que passou?", encerrou a professora.
É a arte da passagem, que só é bendita pela introspecção. Que nos permite fazer sentido. Sentido para estarmos no mundo, dependermos do outro, desfrutarmos do planeta.
Mais do que acreditar na melhoria das pessoas: melhorar. Mais do que esperar a ação dos outros: agir. Mais do que criticar: refletir.
Deve haver um sentido para este mundo existir!
Iolanda Penteado
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