terça-feira, 15 de junho de 2010

Sonho de gente


Que terra era aquela de onde brotava a comida que alimentava pela vida as pessoas?

Que mata era aquela que acolhia o sono cheiroso de verde macio do corpo selvagem da gente?

Que rio era aquele que banhava a sujeira de dentro tornando cheirosas as cavas aconchegantes do caule vivo do campo?

E a música? A música gerada na conversa das águias no céu, nas asas dos insetos batendo entorno do vai e vem das folhagens e da água correndo em cima da terra molhada.

Numa dança. Dança que juntava as pernas da própria terra numa roda viva de ritmo, troca, encanto, onde os deuses se misturavam com a terra fazendo nascer um desejo único de gente igual, preciosa, sagrada.

Um Deus igual para pernas iguais feitas de gente forte para carregar orgulho de filho da terra viva de gente.

Por Marília Marcucci

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