A casa estava praticamente vazia, sem fachada. A única luz que se via vinha da sala de jantar, onde havia poucas cadeiras e uma mesa de frutas. Parecia que todo o resto da casa havia ficado para trás e que a partir de algum acontecimento, passou a existir somente aquela mesa. O que havia acontecido ali? Por que tanta luz num mesmo lugar, enquanto o resto da casa ficava esquecido? Olhei tudo de novo e vi uma porção de frutas. Um burburinho entre pessoas.
Enquanto burburinhavam, as pessoas se serviam de frutas, umas cobertas de mel, outras partidas com as próprias mãos. “Rock, Rock, Rock, Rock (...)”, repetiam umas para as outras, sucessivamente, até se tornarem um canto único prestes a quebrar todas as telhas da casa.
Rock era o banquete daquelas pessoas que se serviam para banquetear outras, outras e outras. Como expectadora, chegava a minha vez de banquetear. Eu experimentava o Rock estanque da fachada, apta a percorrê-lo por dentro, ascender todas as luzes da casa e iluminar os cantos esquecidos.
Por Marília Marcucci
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